Evangelização
da música acontece pela profunda consciência de que não somos cantores
simplesmente, mas evangelizadores através da música e evangelizador significa
ser portador do Evangelho de Cristo por meio do nosso canto.
Certo dia, ouvi a cantora Eliane Ribeiro declarar que o “palco é terra
de missão”, e a cada dia cresce em meu coração esta consciência. Quando subo no
palco, compreendo que recebi um envio de Deus, da Igreja e do meu grupo de
oração.
Estando em missão, compreendo que Deus me confiou um povo e que “o
Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor consagrou-me pela unção;
enviou-me a levar a boa nova aos humildes, a curar os corações doloridos, a
anunciar aos cativos a redenção e aos prisioneiros a liberdade; a proclamar um
ano de graças...” (Is 61,1s).
Sinto-me participante do ministério de Jesus como batizada, como
missionária , mas também, de uma forma única, através do canto, dom vindo de
Deus. Ele me capacitou para isso, sei que existe uma autoridade sobre mim.
Confirmo em minha vida o “sinto-me participante do Corpo de Cristo”, pois “cada
um recebe o dom de manifestar o Espírito para utilidade de todos” (1Cor 12,7).
Vejo-me assim: recebi um dom do alto, tenho a missão de, através da música,
curar, proclamar a libertação, consolar os corações, levar a Boa-nova aos
povos.
É assim que saio em missão , acreditando que, em cada lugar, aquele povo
me pertence. Deus o confiou a mim, e me confiou não para pregar simplesmente.
Posso até falar de Deus, mas Ele me confiou para levar o seu Evangelho através
da música; existe uma autoridade neste dom que eu preciso assumir. Preciso crer
que Deus põe a sua mão nas músicas que canto, ungindo também o arranjador, os
instrumentistas e todo o ministério VIDA NOVA. Em cada show e cada vez que as executamos,
o Senhor derrama uma nova unção, pois existe um novo povo, com uma nova
cultura, que Deus, que conhece muito bem, através do seu Espírito nos faz
conhecer também.
Assim, torna-se claro para nós quais as armas que utilizaremos para
atingir de modo eficaz aquele povo. A nós cabe estarmos vazios de nossos
planos, de nossos medos, de nosso tão grande orgulho. Precisamos ser vazios
para que Deus aja do modo dele. É preciso conhecer cada cultura, para também
utilizarmos a linguagem certa, escolhermos o repertório certo, conforme a voz
do Senhor nos falar, para que não sejamos “sinos que soam”. É preciso um grande
compromisso com o povo, é preciso amá-lo e assumi-lo como nosso.